Texto: Deize Felisberto Fotos: Lucas Mendes
Associados aprovam auditoria e afastamento do presidente da Cooperaliança

Foi quase unânime a aprovação por voto aberto do afastamento do presidente da Cooperaliança, Pedro Deonízio Gabriel, e da auditoria interna na autarquia dos últimos quatro anos pelos mais de 400 associados presentes na Assembleia realizada no sábado, no ginásio da escola Professora Salete Scotti dos Santos, em Içara. A assembléia extraordinária, que recebeu três tentativas de cancelamento, foi convocada pelo Conselho Fiscal. De acordo com o coordenador do conselho, Márcio Toretti, a votação foi muito expressiva. “Tivemos a aprovação de 80% a 85% dos presentes pelo afastamento do presidente da Cooperaliança e 90% de aprovação para a realização da auditoria”, destaca Toretti.
A assembleia também afastou o secretário Severiano Valentim. Serão 60 dias de afastamento, podendo ser prorrogados por mais 30 dias. “Teremos a publicação do resultado da assembléia nos jornais e no período de dez dias teremos as propostas das empresas que deverão realizar a auditoria, sendo que essas empresas não podem ter prestado nenhum tipo de serviço para a Cooperaliança”, explica o coordenador. Toretti reforça que somente com a auditoria é possível analisar as contas dos anos anteriores, já que legalmente o conselho não pode vistoriar a movimentação feita anteriormente, e que seria inviável realizá-la sem o afastamento do presidente.
Direção está com o vice-presidente
O presidente da Cooperaliança, Pedro Gabriel, havia se licenciado na última sexta-feira por licença médica. A direção da distribuidora de energia está com o vice-presidente, Jorge Rodrigues.
O pedido de auditoria pretende analisar a situação financeira da cooperativa. Conforme o coordenador do conselho, a distribuidora pagou juros e multas às instituições financeiras e fornecedores que chegam a um valor médio de R$ 7 mil diários, entre o mês de janeiro e setembro de 2012. Atrasos de pagamentos à Celesc e parcelamentos com a Secretaria da Fazenda, com ICMS pago pelo associado e não repassado ao Governo do Estado também são questionados.
O Conselho Fiscal assinala empréstimos e alienações do patrimônio da cooperativa, com objetivo de cobrir o déficit financeiro e ao valor da subestação e uma dívida de R$ 23 milhões. “Queremos saber o aumento da subestação de R$ 11 milhões para R$ 15 milhões”, reforça o coordenador. “O Conselho Fiscal não quer absolutamente nada, somente esclarecer o que está acontecendo. Não queremos batalha judicial, somente transparência. Não queremos que ninguém seja admitido ou demitido neste período”, observa.
Pedido da auditoria
Para o diretor administrativo da Cooperaliança, Tarcísio Lima, de março até outubro de 2012 o Conselho Fiscal não levou nenhum documento e nunca fez nenhuma reunião com a diretoria da cooperativa. “E agora eles optaram por convocar uma assembléia para pedir uma auditoria e afastar o presidente e o secretário porque acham que eles poderiam atrapalhar a averiguação. A origem dá dívida está no balanço”, rebate o diretor. “Nós continuaremos trabalhando e estaremos com toda a documentação disponível. Sabemos que o objetivo de tudo isso é político”, coloca Lim