Textos: Talise Freitas Fotos: Arquivo Rodrigo Medeiros
Sem resposta, Polícia Civil paralisa

A partir desta quarta até sexta-feira, quem precisar dos serviços da Polícia Civil (PC) em todo estado vai encontrar dificuldades no atendimento. O Movimento Unificado, que reivindica melhores condições de trabalho a delegados, agentes, escrivães e psicólogos da instituição, toma força devido à falta de proposta do Governo.
Atendimentos nos distritos policiais apenas em casos graves. Caso não haja uma resposta durante este período de paralisação, as medidas a serem tomadas serão mais severas, garantem os policiais.
Segundo um dos líderes do movimento, o agente Arilson Nazário, o motivo da paralisação ordinária da PC é a continuidade do descaso do Estado com a categoria. "Passado o prazo do dia 9 deste mês, estipulado em Assembleia Geral Estadual, que ocorreu no dia 27 em São José, bem como novo prazo solicitado pelo vice-go-vernador, Eduardo Pinho Moreira, que seria na sexta-feira passada, os policiais colocarão em prática a deliberação de paralisação por 72 horas", ressalta Nazário.
Uma nova Assembleia Geral em nível estadual será realizada na sexta-feira, às 14h, também em São José, na Grande Florianópolis, para redimensionar o Movimento Unificado e deliberar novas ações.
"Algumas já estão sendo cogitadas, como, por exemplo, o boicote da corporação na Operação Veraneio 2011/2012, quando policiais civis do interior são deslocados para cidades litorâneas para atender o incremento de turistas", acrescenta. Na quinta, em Criciúma, às 17h, policiais da Região Carbonífera se reúnem para organizar a paralisação e os preparativos para assembleia na sexta.
Manifestações completam
quase um mês
O chamado Movimento Unificado completa quase um mês, tendo início, na Região Sul, em 20 de outubro, com uma coletiva de imprensa em frente à principal delegacia de Criciúma - Central de Plantão Policial com a Divisão de Investigação Criminal (DIC) -, situada no Bairro São Luiz, e reuniu o efetivo da Região Carbonífera, Araranguá e Tubarão. Agentes, escrivães e delegados de polícia já se vestiam com os dizeres: "Descaso do Governo com a Polícia Civil de Santa Catarina e Salário da Polícia Civil: vergonha, um dos piores do país". Nas delegacias, cartazes informando que: "O policial que não morre de tiro o governador mata de fome", já alardeavam a situação. Outdoors também foram espalhados.
Na última terça-feira, na visita do governador Raimundo Colombo à Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR) de Criciúma, policiais aproveitaram a ocasião para um manifesto pacífico. Colombo conversou com o presidente da Adepol da Região Sul (Associação dos Delegados de Polícia Civil), delegado Vitor Bianco Júnior, mas sem surpresa, já que nada ficou definido.
Dois dias depois, a vez foi dos policiais civis do Vale marcarem presença na SDR de Araranguá, quando a autoridade estadual esteve também em um evento. Colombo afirmou que aumento para categoria só o ano que vem.
O que vai funcionar:
Atendimentos emergenciais, como:
Flagrantes, registros de roubos, furtos e roubos de veículos, desaparecimento, estupro, violência doméstica, sequestro, procedimento de mandado de prisão em aberto quando captura de foragido e casos em que seja possível uma mobilização para capturar criminosos.
O que não vai funcionar:
Registro de Boletins de Ocorrências de crimes de pequena relevância. Perda de documentos e ameaça, por exemplo, podem ser feitos pela internet através do site www.policiacivil.sc.gov.br.
Detran
Já no Departamento Nacional de Trânsito (Detran), não haverá emissão de Carteira de Identidade, Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e todos os documentos veiculares.